A curiosa história dos números retirados
Homenagem comum nos esportes e ligas dos Estados Unidos, retirar ou aposentar números usados por atletas é uma forma de eternizar os feitos de quem escreveu seu nome na história de times e franquias.
Na MLB (Major League Baseball), por exemplo, o número #42 foi retirado em 1997 como forma de homenagear Jackie Robinson, o primeiro negro a atuar profissionalmente nessa liga, quebrando a barreira do racismo e preconceito (http://abre.ai/sobre_42).
Aliás, essa história motivou muitos atletas de outros esportes a escolher o #42 – inclusive na NBA.
Voltando ao basquete… Não há na NBA uma regra definida para aposentadoria dos números. Por isso mesmo, a coisa fica um tanto quanto bagunçada e cada franquia faz como achar melhor.
Na maioria das vezes, os números retirados são realmente uma forma de homenagear jogadores que fizeram história. Faz todo sentido que o #23 do Chicago Bulls, da lenda Michael Jordan; o #33 do Boston Celtics, usado por Larry Bird; ou então o #10 do Detroit Pistons, de Dennis Rodman, a alma daquele time bicampeão em 1990, sejam retirados. Não há muito o que discutir.
Porém, como não há regra imposta pela NBA, cada time faz as suas. E aí, nem sempre os números retirados seguem essa lógica de homenagear grandes atletas – pelo menos não do mesmo esporte, já que teve franquia da NBA que retirou número de quarterback.
A lista de todos os números retirados ou aposentados na NBA você pode conferir aqui (http://abre.ai/lista_nba).
Mas nós listamos algumas curiosidades sobre essa louca arte de aposentar números.
Campeão também em homenagens
Maior campeão da história da NBA, com 17 títulos, o Boston Celtics é também o time que mais aposentou camisas. Ao todo, até hoje, são 22.
O último número alçado no TD Garden, em 2018, foi o #34 de Paul Pierce, campeão em 2008 (http://abre.ai/cerimonia_pierce34).
A #5, utilizada por Kevin Garnett, também campeão da NBA em 2008, deve ser aposentada a partir da próxima temporada, aumentando para 23 números retirados.
Como curiosidade, o #1 do Celtics foi retirado em homenagem a Walter Brown, fundador e primeiro proprietário da equipe.
Já o #2 é uma homenagem a “Red” Auerbach, treinador da equipe de 1950 a 1966 que conquistou nove títulos da NBA – o #2 significa que Auerbach é a segunda pessoa mais importante da história dos Celtics, atrás apenas de Walter Brown, o #1.
Sem abrir exceção
Existem também os times que optaram por não retirar números. São os casos do Los Angeles Clippers e do Toronto Raptors. Nenhum número, por enquanto, foi aposentado por essas equipes.
O Memphis Grizzlies seguia o mesmo caminho, mas anunciou a intenção de retirar o #50 de Zach Randolph, o #9 de Tony Allen e, recentemente (http://abre.ai/jornal_de_memphis), confirmou planos para aposentar o #33 de Marc Gasol.
Veio no “pacote”
Desde que se mudou para Oklahoma City, em 2008, a franquia que nasceu em Seattle como SuperSonics só retirou uma camisa: o #4 usado por Nick Collison. O jogador atuou por 15 anos na franquia e defendeu tanto o SuperSonics como OKC.
Porém, além do #4, o Thunder mantém os números eternizados pelo SuperSonics e não utiliza #1 (Gus Williams), #10 (Nate McMillan), #19 (Lenny Wilkens), #24 (Spencer Haywood), #32 (Fred Brown) e #43 (Jack Sikma).
Sexto ‘jogador’
Outra franquia que só aposentou um número é o Orlando Magic. E, apesar da passagem de nomes de peso pelo time, como Shaquille O’Neal e Penny Hardaway, nenhum jogador teve a honra de ter seu número “intocável”.
O único número retirado pelo Magic é o #6. Trata-se de uma homenagem aos torcedores da franquia, considerados o “sexto atleta” em quadra.
O mesmo fez o Sacramento Kings, que também retirou o #6 como forma de homenagear seu torcedor. Só que a franquia de Sacramento tem mais dez números aposentados. Entre eles o #21 do sérvio Vlade Divac e o #16 do também sérvio Peja Stojaković, dois dos quatro nascidos e treinados na Europa que tiveram “camisas aposentadas” em seu clube na NBA. Os outros são o croata Dražen Petrović e o lituano Zydrunas Ilgauskas.
Os mais lembrados
Não é só o Chicago Bulls que retirou o 23 de Jordan. O Miami Heat também aposentou o número usado por MJ, que jogou apenas por Bulls e Wizards.
Apesar dessa homenagem diferente, Jordan não é o mais lembrado. Ele é “apenas” um dos vários nomes homenageados por mais de um time, como Kareem Abdul-Jabbar (Lakers e Bucks) e Shaquille O’Neal (Lakers e Heat) – que realmente jogaram por essas equipes.
Mas os recordistas, com homenagem em três franquias diferentes são: Wilt Chamberlain (Lakers, Sixers e Warriors) e Pete Maravich (Jazz, Hawks e Pelicans).
Duas vezes Kobe
Mais um número nas estatísticas de Kobe Bryant: ele é o único jogador com dois números retirados na mesma franquia. O #8 e o #24 estão eternizados no teto do Staples Center, em Los Angeles.
Ele iniciou no Lakers com a #8, mas a partir da temporada 2006–07 passou a usar a #24. Alguns mais adeptos à teorias da conspiração dizem que foi por causa do número de Michael Jordan ter sido o 23…. Mas, a versão oficial é que ele resolveu “voltar no tempo” e usar numeração que começou no High School.
Vale lembrar que que Kobe não passou pelo College, ele foi draftado pelo Charlotte Hornets como 13ª escolha no draft de 1996, quando estava no High School, na Lower Merion. Com 17 anos ele já dizia que só atuaria na NBA se fosse pelo Lakers, que apostou nele e trocou o pivô Vlade Divac, ídolo àquela época, com o Hornets.
Menor número…
São vários e vários números retirados e as homenagens começam pelo #00.
Duas franquias aposentaram o “zero”:
San Antonio SPurs – numa homenagem a Johnny Moore, que jogou de 1980 a 1988; e
Boston Celtics – que retirou o #00 usado por Robert Parish entre 1980 a 1994
…E os maiores
O maior número retirado na NBA é o 1.223
Naturalmente, nenhum jogador usaria essa camisa, mas ela está aposentada no ginásio do Utah Jazz em homenagem ao técnico Jerry Sloan.
A referência é ao número de vitórias conquistadas pelo treinador, que esteve no comando entre 1988 e 2011 e levou a franquia a duas Finais, ambas perdidas para o Chicago Bulls (1997 e 1998).
Curiosamente, Sloan também tem o #4 aposentado justamente pelos Bulls, onde jogou entre 1966 e 1976.
Outro exemplo de número com mais de dois dígitos é o New York Knicks. Pelo tradicional time de NY, ninguém poderá jogar com o #613, já que ele foi retirado por representar o total de vitórias de Red Holzman no comando da equipe.
Onze vezes #32
O número que mais vezes foi retirado na NBA foi o #32, que foi aposentado por 11 equipes diferentes.
Billy Cunningham 76ers
Sean Elliott Spurs
Julius Erving Nets
Richard Hamilton Pistons
Magic Johnson Lakers
Karl Malone Jazz
Kevin McHale Celtics
Shaquille O’Neal Heat
Bill Walton Trail Blazers
Brian Winters Bucks
Fred Brown SuperSonics
Futebol americano
O Miami Heat gosta de algumas homenagens diferentes. Além de aposentar o 23 de Jordan, que nunca passou por lá, tem uma das aposentadorias de camisa mais inusitadas da NBA.
No alto do ginásio em Miami está o banner com o número #13, em homenagem ao lendário quarterback Dan Marino, que jogou pelo Miami Dolphins. A homenagem seria pelos “serviços prestados” ao esporte de Miami.
Apesar disso, o time já permitiu jogadores usarem a numeração. Então, foi retirado, mas não foi! Entendeu?!