Michigan State acabara de ser eliminada por Texas Tech no Final Four de 2019. Tom Izzo, treinador dos Spartans, se encaminhou para a entrevista coletiva provavelmente se preparando para responder questões sobre a dificuldade que seu time teve em superar a defesa física do adversário. Uma das primeiras perguntas que encarou, no entanto, não tinha nada a ver com o desempenho do seu time em si:

“O que falta para a Big Ten finalmente voltar a conquistar o título nacional?”

A Big Ten é uma das conferências mais fortes do basquete universitário e conta sobretudo com membros situados no meio-oeste americano. Michigan State é só um desses membros, mas carregou consigo o peso de ser o último sobrevivente da B1G no torneio nacional, competição esta que não é vencida por uma universidade da Big Ten desde o ano 2000.

O mais estranho disso tudo é que alguns de seus membros sempre estão entre os grandes favoritos e muitos deles chegam nas fases decisivas, como podem perceber pela tabela acima. Porém nenhum deles alcançou o objetivo principal desde o início do terceiro milênio.

Os motivos para acreditar que essa seca pode acabar já nessa temporada são diversos. Aliás, as chances de o tabu ser quebrado na temporada passada já eram boas – até que uma certa pandemia causou o cancelamento do torneio nacional. 2020 foi o primeiro ano, desde que passou a ter 14 equipes, que a Big Ten liderou todas as conferências do país em eficiência média dos seus membros:

Isso significa dizer que o time médio da Big Ten em 2019-20 foi 16.4 pontos melhor do que a média do país a cada 100 posses de bola. E eu apostaria que essa dominância poderá ser maior ainda na atual temporada: Wisconsin e Michigan conseguiram manter boa parte do elenco que já era experiente na temporada passada; Iowa (com Luka Garza) e Illinois (Ayo Dosunmu e Kofi Cockburn) têm o star power que muitos favoritos não possuem; e tanto Ohio State quanto Michigan State conseguiram reforços de última hora para complementar elencos que já era competitivos. Fora times que ameaçam correr por fora, como Indiana, Rutgers e Minnesota.

Tudo bem que é só a segunda semana, mas a B1G já começou a temporada com tudo: foram 38 vitórias e apenas 4 derrotas de seus membros até essa quinta-feira (dia 3) – de longe a melhor conferência do país em percentual de vitórias. 

Vencer jogos em novembro é importante, mas não é o que vai trazer o título nacional. Apesar da boa profundidade de times que a liga possui, há quem ache que existem ao menos 5 ou 6 times mais preparados do que o melhor time da Big Ten nesta temporada. E esse é o ponto aqui: superar os gigantes Gonzaga, Villanova e Virginia é o grande desafio, um desafio que se apresenta mais palpável do que em outras temporadas recentes.

Vencer o título lá em abril não é o que vai trazer o rótulo de melhor conferência do país para a Big Ten, pois isso ela já tem. Grandes times, ótimos treinadores, sempre muito talento no recrutamento, equilíbrio, rivalidades, ginásios com ambientes fantásticos…tudo isso é o que faz uma grande liga de basquete e estão presentes na B1G. Mas chegou a hora de levantar a taça, pelo menos pra tirar todo esse peso e evitar certas perguntas que não são fáceis de ser respondidas.

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