O ano era 1889, quando um grande incêndio matou um civil e arrasou boa parte do centro da cidade de Spokane. Foi essa tragédia, entretanto, que abriu espaço para um boom na construção civil do município, algo que acabou sendo essencial no crescimento da região. Nos 20 anos seguintes ao incêndio, a população de Spokane cresceu em mais de 500% e passou a ser a segunda maior cidade do estado de Washington – posto que ainda detém nos dias atuais.

A temporada 2020-21 do College começa nesta quarta-feira (25). O Live Basketball BR fará uma super cobertura, fique de olho.

O que ninguém poderia imaginar era que, exatamente 100 anos depois, outro fenômeno apareceria para mudar o cenário da cidade: Mark Few, ainda como assistente, começava em 1989 a caminhada que acabaria colocando Spokane no mapa do basquete – através da universidade de Gonzaga. 

Até 1995 os Bulldogs nunca haviam chegado a disputar o torneio nacional e estavam muito longe de ser considerados uma força no basquete. A segunda metade da década já era bem promissora, e ficaria ainda mais após a nomeação de Mark Few como head coach.

Few pegou um programa sem tradição alguma e transformou em uma das universidades mais dominantes do país no século 21: sob seu comando os Zags venceram a temporada regular da conferência West Coast, conferência que jogam, 20 vezes em 21 oportunidades; chegaram em 17 finais no torneio conferencional; participaram do torneio nacional em todos os anos; e atingiram a primeira colocação no ranking em diversas oportunidades.

Se você perguntar sobre Mark Few pra qualquer pessoa que entende de basquete universitário, todos vão te dizer que ele já é uma grande figura da história da NCAA. Se manter no topo do país por tanto tempo, atravessando várias gerações e, ainda por cima, com um time que joga em uma conferência pouco competitiva não é nada fácil. Eu diria que é um caso único. Mas tem algo que Few adoraria adicionar ao currículo o quanto antes: um título nacional.

Marc Few, técnico de Gonzaga. Créditos: Getty

Gonzaga já teve times espetaculares nesta última década e que chegaram perto de tal feito. Em 2017, por exemplo, a equipe chegou até o jogo do título do torneio da NCAA e foi derrotada por North Carolina – em partida que estava empatada até os 1:40 finais. Para a próxima temporada, outra grande oportunidade se avizinha.

A decisão de Filip Petrusev de se inscrever para o Draft da NBA representa uma grande perda, mas os Zags têm em Corey Kispert um jogador com potencial para ser o melhor atleta da conferência WCC. Além dele, várias boas peças estão retornando: Joel Ayayi, Drew Timme, Anton Watson…

A grande notícia, porém, é outra: Jalen Suggs, considerado um dos 10 atletas mais promissores de 2020 no high school, chega com o rótulo de jogador mais talentoso a ser recrutado pela universidade de Gonzaga em sua história. A transição do ensino médio para a faculdade nunca é simples, mas Suggs deve ter um grande impacto desde o primeiro dia e formar uma das melhores duplas de perímetro do país ao lado de Kispert.

Com um elenco talentoso, versátil e profundo, Coach Few tem tudo pra montar um dos ataques mais dinâmicos e dominantes do basquete universitário nos últimos tempos. Isso é suficiente para garantir que os Bulldogs vencerão a última partida da temporada? Não, e talvez nem sejam o maior favorito a isto. O que dá pra garantir é que, enquanto Mark Few estiver no comando, Gonzaga estará consistentemente vencendo jogos e chegando com muita força lá em março. É seguro dizer que Spokane não voltará a ficar em ruínas tão cedo. 

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