A vida acadêmica dos astros da NBA

Quando falamos em College, os únicos números que interessam logo de cara são as médias de pontos, rebotes, assistências e minutos em quadra que os prospectos da NBA atingem na NCAA. E não deixa de ser verdade que a maioria deles acaba se apegando ao scout ao invés do boletim de notas e, assim que julgam estar prontos para o draft, dão adeus à universidade para viver a vida de astro da liga.

Para resumir a história, o College é o caminho tradicional para se chegar à NBA. Com exceção dos estrangeiros e de iluminados que saem direto do High School (nosso Ensino Médio) para o draft – como Kobe Bryant e LeBron James, dois craques que, além de muita técnica, contaram com genética favorável para aguentar o ritmo da NBA quando estavam na casa dos 17 anos.

Exceções à parte, os demais jogadores que chegam na NBA passam pela universidade. E lá, acredite, também estudam. Se a maioria acaba deixando de lado o curso superior assim que entra no draft, algumas das maiores estrelas da liga fizeram questão de terminar os estudos.

Veja alguns exemplos de feras que não usaram o College apenas para chegar lá:

ALA, ARMADOR E… JORNALISTA!
C.J. McCollum entrou na Universidade Lehigh em 2009 e, logo de cara, no seu ano de calouro, teve teve excelentes médias: 19.1 pontos e 5 rebotes por jogo (http://abre.ai/cj_college). No terceiro ano da graduação, já garantia 22 pontos e 6.5 rebotes por partida e era listado como um dos melhores prospectos para o draft de 2012.
Diferente da maioria, C.J.decidiu continuar mais um ano na universidade para concluir sua graduação em jornalismo.
Só depois de formado, em 2013, ele foi selecionado pelo Portland Trail Blazers com a 10ª escolha geral no draft.
Segundo o próprio, duas coisas pesaram na balança para a decisão de terminar o curso antes de chegar ao draft: 1- uma promessa que fez à sua mãe; 2- a paixão pela profissão que pretende seguir após a carreira dentro de quadra.
Na prática, C.J. já entrou na onda e comanda um dos mais famosos podcasts esportivos junto com o jornalista da ESPN, Jordan Schultz (http://abre.ai/podcast_cj) e também tem uma coluna no The Players’ Tribune (http://abre.ai/cj_players).

MAIS UM COMUNICADOR
O ala Jimmy Butler, hoje no Miami Heat, entrou no curso de Comunicação da universidade de Marquette em 2008. Três anos depois, já como destaque do time na NCAA (http://abre.ai/butler_college), foi selecionado no draft de 2011 pelo Chicago Bulls (foi a 30ª escolha geral) e teve que abandonar o curso.
Não contente, Jimmy começou a frequentar a universidade durante a off-season, terminou as matérias que restavam para seu último ano acadêmico e conseguiu concluir o curso em 2014.
Essa foi só mais uma grande vitória de Jimmy, que nasceu em uma família pobre de Tomball, cidade com pouco mais de 10 mil habitantes na região metropolitana de Houston, viu seu pai sair de casa quando ainda era criança e ainda teve que se virar quando, aos 13 anos, foi expulso de casa pela própria mãe.
Depois de perambular de casa em casa dos amigos, encontrou na família do amigo Jordan Leslie um lar. Ali, também teve a base para chegar até Marquette e entender a importância do diploma universitário. “(…) porque basquete não é para a vida toda, ele precisa de educação e um bom diploma como base’’, disse Michelle Lambert, sua nova mãe.

Um ano depois de conquistar o diploma universitário, Jimmy Butler falou em entrevista sobre sua força de vontade:

“Acho que meu esforço e comprometimento vêm do fato de não ter tido muita coisa na vida. Quando se tem que lutar por tudo o que possui, cada pequena coisinha, você não fica satisfeito com menos do que o máximo empenho”.

JOGO PSICOLÓGICO
Algum dia na sua vida de apaixonado por basquete já deve ter ouvido alguém comentar, lido ou conversado a respeito sobre o “estilo Tim Duncan” de ser. Um jogador diferenciado, sereno, com uma visão de jogo incrível e um excelente jogo psicológico…
Faz sentido.
Tim Duncan é formado em psicologia na universidade de Wake Forest, de onde saiu para brilhar na NBA (http://abre.ai/duncan_college).
Na verdade, Duncan queria mesmo era ser nadador olímpico, mas um furacão destruiu a única piscina olímpica da ilha de Saint Croix, no Mar do Caribe, onde ele nasceu e cresceu, e acabou com o sonho do garoto. Pouco tempo depois, Duncan perdeu sua mãe e prometeu a si mesmo que iria para a universidade e conseguiria o diploma por ela.
Duncan entrou na Wake Forest em 1993, onde cursou psicologia e teve médias espetaculares nos 2º e 3º anos atuando no time de basquete. O gigante, inclusive, era cotado para ser Pick 1 dos drafts de 1995 e 1996.
Porém, ele não se elegeu para ser selecionado. Não apenas pela promessa que havia feito por sua mãe, mas porque simplesmente adorava o curso. Tanto que se envolvia em grupos de pesquisa e debates acadêmicos e chegou a participar até de aulas de literatura chinesa.
A professora Deborah Best, do departamento de psicologia da Wake Forest, disse em entrevista que “ele era um dos estudantes mais intelectuais que já deu aula. Tirando a altura, ele era como qualquer estudante de lá”.
O título de seu trabalho de conclusão do curso (o temido TCC) foi algo do tipo: “Fanfarrões, Esnobes e Narcisistas: Reações Interpessoais ao Narcisismo Exagerado” (http://abre.ai/tcc_tim_duncan).

CAMPEÃO, MVP E… DOUTOR
Quatro vezes campeão da NBA, três vezes MVP das finais, uma vez MVP da temporada. Ao currículo de Shaquille O’Neal podemos acrescentar uma formação em estudos gerais com especialização em ciências políticas, um MBA (Master in Business Administration) e um doutorado.
Todos esses títulos, dentro e fora de quadra, conquistados com uma receita que mistura talento e determinação.
Shaq frequentou as aulas da Universidade do Estado de Luisiana por 3 anos, até entrar no draft em 1992 (http://abre.ai/shaq_college). Teve que trancar o curso, mas não se contentou. Oito anos depois, em 2000, voltou para se formar em estudos gerais. É conhecida a história de que ele até deixou de ir a um jogo da temporada para participar da sua cerimônia de diplomação.
Fora de quadra, Shaq continuou acumulando títulos. Terminou um MBA em 2005 pela Universidade de Phoenix e escreveu um doutorado pela universidade de Barry em 2012, com o tema: “A dualidade do humor e agressão em estilos de liderança”.
Shaquille O’Neal é a prova de que os brutos também amam, um verdadeiro intelectual capaz de quebrar tabelas (http://abre.ai/shaq_monstro).

ELE TEM O MAPA DA MINA
Engana-se quem pensa que os mais talentosos são os primeiros a abandonar os estudos assim que pinta a chance de viver do basquete. Quem garante isso é simplesmente Michael Jordan.
O melhor de todos (pelo menos para esmagadora maioria) entrou na Universidade Carolina do Norte em 1981, no curso de bacharelado em artes com especialização em geografia social. Isso mesmo: geografia.
Só que três anos depois, já voando – literalmente – nas quadras da NCAA (http://abre.ai/jordan_college), ele acabou abandonando o curso, foi draftado com a terceira escolha pelo Chicago Bulls e o resto é história.
Mas, como faltava pouco pra terminar os estudos e pegar o canudo, em 1986, Jordan voltou para o banco da faculdade durante a off-season e conseguiu concluir seu curso. Mais uma jogada de mestre da lenda.

Here is your JavaScript code: Place this code in the section: Place this code where you want the "Below Article Thumbnails" widget to render:
Place this code at the end of your tag: