Março chegou! O mês mais esperado do fã do basquete universitário traz o March Madness, a conhecida Loucuras de Março. O evento de pós-temporada desse ano promete!

A torcida está de volta. Após a temporada 2020-21 não ter público por conta da pandemia da COVID-19, os ginásios receberão os estudantes e torcida em geral que deixam o evento ainda mais incrível.

O LiveBasketballBR preparou um conteúdo especial! O guia completo da edição 2022 do torneio. Veja abaixo.

O que é o March Madness

O torneio da NCAA foi criado em 1939 por um treinador de basquete da universidade de Ohio State, chamado Harold Olsen. Mas foi a partir de 1985 que o torneio tomou o formato como conhecemos até hoje com 64 universidades. A NCAA sempre usou o sistema “mata-mata” para seus torneios, por entender que era mais atraente para o publico, o que atrairia mais pessoas aos ginásios. Além do mais, o sistema de torneio da NCAA é bem curto e pode facilmente ser acomodado dentro de apenas um mês fazendo com que o custo financeiro seja menor.

Com o decorrer dos anos, o torneio ganhou fama, respeito e admiração dos fãs a ponto de se tornar um dos eventos mais assistidos em toda a América. Já nos anos 80, o torneio da NCAA começou a ser chamado de “March Madness” (loucuras de Março em português) e “Big Dance” pelo formato do torneio, além da quantidade de jogos em tão pouco tempo, com grande parte acontecendo em apenas quatro dias no mês de Março.

Mais recentemente a NCAA adotou uma eliminatória que antecede o inicio do torneio para que pudesse incluir ainda mais universidades no torneio. Essa eliminatória é chamada de First Four fazendo, portanto oito equipes lutam por quatro vagas para se juntar as 60 pré-classificadas.

Critérios de seleção para o torneio da NCAA

Como disse no ponto anterior, cada conferencia tem seu próprio torneio mata-mata em que o campeão garante a vaga para participar do torneio da NCAA. Ao todo são 32 conferências, logo 32 vagas estão reservadas para os campeões dos Torneios das Conferencias. Para as outras 36 vagas restantes, um comitê da NCAA formado por diretores atléticos de conferências e universidades se reúnem para decidir quais universidades ficarão com as vagas. Os critérios são:

  • Rating Percentage Index, RPI – índice de porcentagem de notas
  • Classificação no ranking nacional
  • Força de calendário (Qualidade técnica dos adversários enfrentados ao longo da temporada)

Também existe um RPI adaptado, usado pelo comitê de seleção. Os ajustes levam em conta fatores como vitórias contra times com excelente classificação. Esse RPI adaptado não é revelado.

OBS: Por ter um nível técnico menor, as Mid-Majors dão apenas uma vaga para o torneio. Mas não é difícil ver duas ou mais equipes de conferências menores serem selecionadas para o torneio da NCAA.

OBS 2: Em compensação, uma Major conference como a ACC por exemplo, sempre tem 7 ou 8 times selecionados pro torneio por ser considerada uma conferência muito competitiva e com nível atlético e acadêmico excelente.

Separação das equipes em regiões através das Seeds

Com as 68 equipes definidas para o torneio da NCAA, o mesmo comitê que escolheu as universidades, agora tem a tarefa de ranquear todas elas de 1 a 68. Após isso o comitê distribui as equipes pelas quatro regiões (MidWest, South, West, East) levando em conta o equilíbrio técnico e as vezes a localização geográfica das universidades. Dentro de cada região as equipes recebem um novo número de ranqueamento que vai de 1 ao 16. Quanto menor o número maior é o nível técnico do time universitário. O chaveamento é feito para que o time de menor seed (número de ranqueamento) enfrente o de maior seed dentro de sua região até que só sobre uma equipe.

First Four

O First Four é uma fase preliminar em que oito equipes universitárias devem se enfrentar em busca de quatro vagas no torneio da NCAA. O primeiro First Four aconteceu em 2011. De lá pra cá todos os anos pelo menos uma equipe que passa pelo First Four chega a uma fase mais adiante no torneio principal. Estas oito universidades são escolhidas de forma diferente. Entenda:

  • Quatro universidades campeãs de torneios conferencionais, jogam entre si por duas vagas no torneio da NCAA. As duas equipes vencedoras receberão a seed de numero 16. Estas quatro universidades são de quatro Mid Majors com o nível técnico mais baixo apresentado ao longo da temporada em toda a NCAA.
  • As outras 4 universidades são convidadas pelo comitê. Estas universidades costumam serem equipes que tiveram uma boa temporada, mas que não conseguiram uma classificação direta ou que não tiveram um desempenho que chamasse a atenção do comitê para entrarem direto na fase principal do torneio. Estas equipes podem ser de Major conference ou não, mas todas devem ter um recorde positivo na temporada (mais vitórias que derrotas) para participarem. As equipes vencedoras recebem a seed de número 11 no torneio da NCAA.

First Round

Após a definição das equipes que vem do First Four, dá se início ao First Round. O First Round também chamado de round 64, é a etapa mais “louca” do March Madness por conter 32 jogos em apenas dois dias. Como falei anteriormente, a seed 1 enfrenta a seed 16, a seed 2 enfrenta a seed 15 e assim por diante em cada região, até termos apenas 32 equipes definidas. 16 jogos do primeiro round acontecem numa quinta feira e os outros 16 jogos acontecem na sexta feira.

Curiosidade: Apenas uma vez na história do March Madness, uma equipe com seed 16 venceu outra com seed 1. Mas já tivemos uma seed 15 vencendo outra seed 2.

Curiosidade 2: No ano de 2016, Michigan State então favorita ao título e com a seed 2, perdeu para Middle Tennessee State que era seed 15 provocando um dos maiores UPSETS da história do torneio da NCAA.

Second Round

Também chamado de round 32, o segundo round é onde as maiores zebras do first round costumam cair. Tradicionalmente aqui ocorre a consolidação dos favoritos ao título e costumeiramente uma ou outra equipe desponta para ser uma surpresa no torneio. O round 32 é jogado no sábado e domingo imediatamente após a primeira rodada. A segunda rodada consiste em vencedores de quinta-feira jogando no sábado, seguido por vencedores dos jogos de sexta-feira, jogando no domingo. Assim, após o primeiro fim de semana, 16 equipes vão permanecer para jogar a próxima fase, vulgarmente conhecida como o “Sweet Sixteen”.

Veja este vídeo da partida entre Northern Iowa e Texas A&M no torneio da NCAA em 2016, exatamente no Second Round:

Sweet Sixteen (Semifinais Regionais)

O Sweet Sixteen é na verdade as semifinais regionais de cada região ou um round 16. Aqui, acontecem alguns dos maiores clássicos do college basketball e muitos favoritos são eliminados. Os times de conferências menores que chegam até aqui, costumam ser eliminados nesta fase. Os jogos do Sweet Sixteen acontecem uma semana depois do First Round, também numa quinta e sexta feira.

Elite Eight (Finais Regionais)

Se o Sweet Sixteen é a semifinal, o Elite Eight é o jogo final de cada uma das quatro regiões. Estes jogos são disputados no sábado e no domingo seguinte aos dias do Sweet Sixteen.

Final Four

Os campeões de cada região avançam para a fase seguinte que é o Final Four. O Final Four nada mais é do que as semifinais nacionais. Aqui estão as quatro melhores equipes do país e este é o evento mais aguardado pelos fãs do basquete universitário. As universidades que chegam ao Final Four se sentem como campeãs, pois entre 358 universidades já estão entre as quatro melhores.

O Final Four é realizado em um lugar previamente definido com anos de antecedência. Neste ano de 2022 será realizado em New Orleans. A NCAA tem escolhido estádios de futebol americano para comportar esse evento de uns anos pra cá e tem sido um sucesso de público e de audiência. Segundo estimativas, a audiência do Final Four é maior que da Final nacional.

Os jogos são realizados em sequencia no primeiro sábado de Abril, com os vencedores fazendo a disputa pelo título nacional na segunda feira seguinte ao Final Four.

Veja a lista com as universidades que possuem mais aparições no Final Four:

ApariçõesUniversidade
20North Carolina
18UCLA
17Kentucky
16Duke
15Kansas

Final do Campeonato Nacional

A grande final nacional acontece sempre na primeira segunda feira de Abril com transmissão para vários países, incluindo o Brasil. Várias universidades já venceram o torneio da NCAA e muitas outras chegaram perto disso.

Veja a lista dos maiores campeões:

EscolaTítulosAnos
UCLA111964, 1965, 1967, 1968, 1969, 1970, 1971, 1972, 1973, 1975, 1995
Kentucky81948, 1949, 1951, 1958, 1978, 1996, 1998, 2012
North Carolina71924, 1957, 1982, 1993, 2005, 2009, 2017
Indiana51940, 1953, 1976, 1981, 1987
Duke51991, 1992, 2001, 2010, 2015

O Final Four e a grande final nacional dessa temporada acontecem sempre no primeiro final de semana do mês de Abril.

O QUE SÃO OS TORNEIOS CONFERENCIONAIS?

Um dos momentos mais aguardados do ano são os torneios conferencionais. Todas as equipes tem um “mata-mata” em que qualquer time tem chance de se classificar ao March Madness. Após o término da temporada regular, conforme a classificação disposta, as piores equipes começam jogando. Muitas conferências seguem um modelo de pior contra o melhor e assim por diante (#1 vs #10, #2 vs #9, etc…).

Outras conferências têm fases em que se dividem os melhores dos piores (1ª rodada – #12 vs #9 e #11 vs #10, quem passa enfrenta a seed #4 e #5 e seguindo). Os campeões de cada torneio conferencional das 32 conferências existentes no College estão automaticamente classificados para o March Madness, ou seja, há sempre lugar para surpresas e elas ocorrem muito.

Os torneios das mid-majors são sempre mais emocionantes porque só o vencedor vai ao March Madness. Não adianta ser o melhor time da temporada regular e não vencer o torneio da conferência.

PRINCIPAIS JOGADORES

  • Jabari Smith

Time: Auburn
Ala/Ala-pivô
Freshamn – 18 anos (13/05/2003)
2.08m, 99kg

Possível primeira escolha do Draft, Smith é um excelente arremessador de média e longa distância, além de ótimo jogo de costas para a cesta, inclusive com fadeaways. Com braços longos, já é um bom defensor no nível do College, apesar de apenas 18 anos.

Crédito: Todd Kirkland/Getty Images
  • Chet Holmgren

Time: Gonzaga
Pivô
Freshman – 19 anos (01/05/2002)
2.13m, 88kg

Holmgren tem aspectos únicos para um jogador de basquete. Muito alto, consegue correr a quadra com facilidade, tem um tempo de bola quase que perfeito para bloquear os adversários e ainda espaça para a linha de 3 pontos. Precisa adquirir massa muscular para ser mais eficiente dentro do garrafão.

SPOKANE, WA – NOVEMBER 19: Chet Holmgren #34 of the Gonzaga Bulldogs drives against Ethan Claycom #0 of the Bellarmine Knights during the game between the Bellarmine Knights and the Gonzaga Bulldogs at McCarthey Athletic Center on November 19, 2021 in Spokane, Washington. (Photo by Robert Johnson/Getty Images)
  • Paolo Banchero

Time: Duke
Ala-pivô
Freshman – 19 anos (12/11/2002)
2.08m, 113kg

Banchero é um ala-pivô que tem diversos recursos para ser um point forward no nível de NBA. Inteligente, infiltra muito bem com a mão direita, tem boa definição próximo ao aro e consegue arremessar do perímetro. Um dos líderes de Duke.

Crédito: Lance King/Getty Images
  • Jaden Ivey

Time: Purdue
Armador/Ala-armador
Sophomore – 20 anos (13/02/2002)
1.93m, 88kg

Talvez o jogador mais explosivo (no bom sentido) do College Basketball hoje. Ivey tem semelhanças com Ja Morant, principalmente no lado ofensivo, em que é uma máquina de infiltrações e ir para a linha do lance livre. Espere ver lances acrobáticos e bonitos com o jogador de Purdue.

  • Johnny Davis

Time: Wisconsin
Ala-armador
Sophomore – 20 anos (27/02/2002)
1.96m

Mesmo com menos de 2.00m, Davis é um dos exímios defensores da temporada. Foi eleito o melhor jogador da conferência Big Ten e lidera Wisconsin a voos inesperados neste ano. Pode facilmente esquentar para jogos de 30 pontos.

Créditos: Michael Allio/Icon Sportswire via Getty Images
  • Keegan Murray

Time: Iowa
Ala/ala-pivô
Sophomore – 21 anos (19/08/2000)
2.03m, 102kg

Um dos jogadores mais intrigantes da temporada, Murray tem um irmão gêmeo, Kris, e é excelente jogando no garrafão. Um dos líderes de pontuação do país inteiro, assumiu o papel de Luka Garza da temporada passada e está se destacando.

  • Bennedict Mathurin

Time: Arizona
Ala-armador
Sophomore – 19 anos (19/06/2002)
1.98m, 95kg

Mathurin é a combinação de atleticismo, inteligência e arremesso. O canadense de origens africanas é um dos nomes para se ficar de olho, ainda mais que a equipe de Arizona é uma das favoritas ao título do March Madness.

Vale ficar de olho: Oscar Tshiebwe (Kentucky), Ochai Agbaji (Kansas), Kofi Cockburn (Illinois), Drew Timme (Gonzaga), EJ Liddell (Ohio State), TyTy Washington (Kentucky), AJ Griffin (Duke), Jalen Duren (Memphis), Malaki Branham (Ohio State), Walker Kessler (Auburn), Kennedy Chandler (Tennessee), Tari Eason (LSU)

PRINCIPAIS TIMES

Gonzaga
É a equipe favorita para vencer o título. Após uma campanha fantástica na West Coast Conference, que na verdade vem desde a temporada passada, perdendo somente a final, os Bulldogs contam com Chet Holmgren e Drew Timme que podem pegar fogo e vencer jogos com facilidade. Holmgren será uma escolha Top 3 do próximo NBA Draft.

Arizona
Uma das grandes surpresas da temporada. Os Wildcats começaram a temporada fora do Top 25 e achou o ritmo de jogo ainda em dezembro. Entrou nos jogos da Pac-12 com uma postura totalmente vencedora. Venceram os 11 primeiros jogos da temporada e hoje contam com um recorde de 27 vitórias e apenas três derrotas. Venceram o título da conferência na temporada regular.

Duke
Sempre o fator Coach K. Esse será o último March Madness do lendário treinador da Universidade de Duke. Os Blue Devils aproveitaram o fraco desempenho das equipes da ACC e se sagraram campeões da temporada regular pela primeira vez desde 2010. Vale ficar muito de olho no conjunto da equipe que deve ter dois ou três jogadores saindo na primeira rodada do NBA Draft.

Kentucky
TyTy Washington e Oscar Tshiebwe possuem todas as ferramentas necessárias para levar os Wildcats ao tão esperando título do March Madness. Coach Calipari conta com uma mescla de juventude e experiência. Mintz, sênior da equipe, pode ser um fator surpresa no meio dos calouros. Olho em Kentucky.

Auburn

Os Tigers entram em março no melhor momento da equipe na temporada. Jabari Smith, provavelmente a primeira escolha do Draft, pode fazer história no seu primeiro e único ano no basquete universitário e levar o caneco para casa. Auburn ainda conta com Walker Kessler, um dos principais pivôs do ano na NCAA – ótimo defensor e excelente tempo de bola para tocos.

Menção honrosa: Kansas, Purdue, Villanova, Wisconsin e UCLA

CINDERELLAS

As Cinderellas são as surpresas do torneio. Equipes que mesmo sendo mid-majors ou de menos expressão podem chegar longe, desbancando grandes universidades.

TIMES JÁ CLASSIFICADOS

– ACC: Virginia Tech
– America East: Vermont
– American: Houston
– Atlantic 10: Richmond
– Atlantic Sun: Jacksonville State
– Big 12: Kansas
– Big East: Villanova
– Big Sky: Montana State
– Big South: Longwood
– Big Ten: Iowa
– Big West: Cal State Fullerton
– Colonial: Delaware
– Conference USA: UAB
– Horizon: Wright State
– Ivy League: Yale
– MAAC: Saint Peter’s
– Mid-American: Akron
– MEAC: Norfolk State
– Missouri Valley: Loyola-Chicago
– Mountain West: Boise State
– Northeast: Bryant
– Ohio Valley: Murray State
– Pac-12: Arizona
– Patriot: Colgate
– SEC: Tennessee
– Southern: Chattanooga
– Southland: Texas A&M-Corpus Christi
– SWAC: Texas Southern
– Summit League: South Dakota State
– Sun Belt: Georgia State
– West Coast: Gonzaga
– WAC: New Mexico State

*post será atualizado diariamente com os campeões

EMOÇÃO NÃO FALTA!

O March Madness é muito conhecido pela emoção e pelas zebras. Veja alguns dos melhores momentos da história do torneio.

BRACKET DE 2021-22

Crédito: CBS Sports

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